Quem não conhece as famosas butucas (ou mutucas). Ela é popular no litoral, notadamente em Pontal do Paraná e, tenho por certo, que poucos não foram ‘picados’ ou ‘atormentados’ por elas.
Mas, como sempre tem gente nova chegando no litoral, vale uma rápida alusão ao pequeno inseto alado, pouco maior que uma mosca doméstica, apreciador de sangue fresco, especialmente o humano, que obtém com uma ferroada ardida, doída que nem um beliscão. Isso sem considerar os efeitos imediatos: coceira intermitente, vermelhão e inchaço no local da picada.
Aparecem no início de setembro. Intensamente, em outubro e novembro e desaparecem, misteriosamente, em meados dezembro.
Primeiro as pequenas atacam no alto da cabeça, depois as maiores, de diversas espécies. Sugam os mamíferos, raramente as aves. Os machos alimentam-se de néctar e pólen das flores e as fêmeas de sangue, pois após a copula precisam de proteína animal para maturar os ovos.
Com a primavera antecipada estão chegando mais cedo. Conta André de Meijer, colunista no Correio do Litoral, que em agosto foi ‘picado’ pela primeira mutuca da estação. Uma Chrysops varians, precoce que ataca no alto das nossas cabeças, diferente das demais que preferem as partes menos altas do corpo. Uma das mais abundantes no litoral, principalmente onde existem rios, brejos e pântanos.
Ela é facilmente identificada pela asa com até 8 milímetros de comprimento e uma grande banda transversal negra, lembrando a vela de um navio pirata, diz de Meijer.
Observando as folhas do araçazeiro, supostamente o principal criadouro de mutucas, teremos muitas na estação, pois o versos das folhas estão repletos de casulos com larvas. Associado ao clima favorável que apressou a primavera, haverá probabilidade de uma infestação de butucas. Com alta luminosidade e temperaturas elevadas, incomodarão do nascer ao pôr do sol.
Quem as conhece sabe que não há remédio ou alternativa, para afastar as mutucas. Com toda a tecnologia existente ainda não inventaram um repelente eficaz.
Portanto, o jeito será conformar-se e esperar pacientemente sumirem. Enquanto isso, preventivamente, evitar a proximidade dos rios, banhados, florestas e restingas.
Aos recém-chegados ela não passará despercebida e muito menos será esquecida. Podem crer…
(primavera), 2015.
(extraído e adaptado do texto de Werner Serafini, do Correio de Itapoá)
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