Três partidos – PMDB, PSDB e PT – podem se tornar as maiores legendas partidárias com representação no Congresso Nacional com a aprovação, em 1º turno, da emenda constitucional que proíbe as coligações partidárias e cria uma cláusula de desempenho onde, para ter acesso ao fundo partidária, propaganda partidária e participação na Mesa Diretora e comissões técnicas.
Essas três legendas são puxadoras de votos, ou seja, recebem votos não só nos seus candidatos como no voto de legendas. São grandes, têm muito dinheiro e muitos candidatos. O que pode salvar esses partidos é a regra embutida na reforma que permite essas legendas criarem federações de partidos, em semelhança com as coligações, com a diferença de que essas associações têm de valer até a eleição seguinte.
Os médios e pequenos partidos foram os que mais reagiram contra o substitutivo da deputada e relatora dessa proposta Shéridan e essa situação explica a falta de entendimento na Câmara sobre as regras valerem já para 2018. Os partidos médios, como PP e PR, querem o fim das coligações apenas para 2020 e não para o ano que vem. Os nanicos, como PRTB, PT do B e PSL, não querem nem o fim das coligações nem a imposição da cláusula de barreira.
"Cada partido ali luta de acordo com sua realidade. Os grandes partidos são os maiores beneficiários se as regras de restrições forem aprovadas. É difícil saber o que vai sair dessa reforma. É muito difícil congregar interesses tão distintos", disse Paulo Fernando.
Se essas regras tivessem em vigência no pleito de 2014, a bancada do PT eleita saltaria de 68 para 100 deputados; a do PMDB iria de 65 para 100; e a do PSDB de 54 para 71. As contas são do advogado eleitoral Paulo Fernando Melo, especialista nessa área.
Em 2014, 28 partidos elegeram deputados. Pelas novas regras, que estão sendo discutidas no Congresso Nacional, esse número cairia para 22. Com isso, 6 dos 28 partidos nanicos – PSL, PTC, PEN, PMN, PSDC e PRP não elegeriam nenhum deputado. Fora os três partidos, apenas PSB – de 34 para 40 – e o PSOL – de 5 para 6 – aumentariam suas bancadas. As outras 17 perderiam deputados.
O PCdoB, por exemplo, uma legenda historicamente aliada do PT, teria sua bancada reduzida a metade sem os velhos companheiros ao lado: cairia de 10 para 5 comunistas eleitos. Numericamente, o PR seria o mais atingido e perderia 11 cadeiras: sairia de 34 para 23. O Democratas, que busca crescer no final dessa legislatura, seria atingido e perderia 8 deputados. Iria de 21 para 8.
Fonte: Portal AZ
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